Manchas brancas que surgem na pele são o principal sintoma do vitiligo, uma doença de pele não contagiosa que afeta cerca de 1% da população mundial. Apesar de não ter uma causa definida, a Dra. Flávia Addor explica que o vitiligo é uma doença autoimune. “O nosso próprio corpo desenvolve uma sensibilidade, uma reação de defesa contra os melanócitos, as células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele.”
O vitiligo se tornou mais conhecido depois que o cantor Michael Jackson, que tinha pele morena em sua juventude, assumiu que a doença era a causa da sua pele ter se tornado mais clara. As manchas brancas, aliás, são o único sintoma da doença, que não é transmissível e não oferece riscos à saúde do portador. Ainda não foi encontrada uma causa definida para o vitiligo e também não há cura, mas existem diversas opções de tratamento. “O fato de não se poder falar em cura não quer dizer que não haja várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica“, enfatiza a Dra. Flávia.
É para disseminar esse tipo de informação, inclusive, que existe o Dia Mundial do Vitiligo, comemorado no dia 25 de junho. O preconceito que gira em torno da doença causa bastantes transtornos aos portadores, que sofrem com a exclusão social e comentários mesquinhos que podem resultar em transtornos psicológicos, como a depressão.
O tratamento do vitiligo visa a cessar o aumento das lesões, estabilizando o quadro, e também devolver pigmentação à pele. A evolução é muito variável, podendo ter melhora parcial ou total com os tratamentos. Hoje, há diferentes formas de abordagem da doença, e a escolha deve ser feita pelo médico dermatologista a partir de uma avaliação criteriosa que envolve vários fatores: área da lesão, características do paciente e presença de alguma outra doença autoimune. Alguns medicamentos tópicos e orais podem ser usados, como o tacrolimo, medicações com vitamina D, corticoides tópicos – como o propionato de clobetasol – que têm efeitos colaterais e precisam de monitoramento médico. A fototerapia pode ser indicada para quase todas as formas de vitiligo, além do laser e transplante de melanócitos também serem opções terapêuticas.
A doutora faz um alerta para as disseminação de informações falsas sobre a cura e o tratamento da doença. “Muito cuidado com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos, pois podem levar à frustração e também a reações adversas graves”, avisa. Jamais use medicamentos por conta própria, consulte um dermatologista para receber o tratamento adequado!